Instrumentos Musicais

Friday, November 03, 2006


Vamos tratar sobre o Acordeon:

Castelfidardo e a origem da Harmônica. Original(Origini, Sviluppo, e istanze)Sobre a origem do Organetto, do qual depois derivará a moderna harmônica (ou acordeon), não há certeza: muitas pessoas escreveram e pesquisaram neste sentido, até famosos estudiosos como Grenié ou musicólogos como Monichon que seriamente empenharam-se para descobrir a origem de tal instrumento, mas a data certa desta origem e a paternidade ainda são um mistério. O ascendente da harmônica foi com certeza o "Sheng", um instrumento chinês de cerca 4500 anos atrás que sobreviveu por milênios e que uma copia está conservada no Museu de Castelfidardo.Esse também foi o primeiro que utilizou a "lâmina" oscilante e sonora (uma lingüeta de metal especial que vibra e sonoriza), por fluxo de arfornecido pelo "coração" do instrumento: o "Fole".Quem e quando aplicou primeiro a "lâmina" livre (com certeza superior em rendimento e nobreza da estrutura fônica à lâmina percursiva) no Organetto, antepassado mais próximo da harmônica, é um mistério. Pelos estudos feitos, entre os mais prováveis estão o inglês Wheatstone e o austríaco Demian que, por volta de 1830, construíram respectivamente a "Concertina" e o "Acordeon". As descrições obtidas contam que parece que tais instrumentos eram muito rudimentais (primitivos) e de possibilidades limitadas, mas já dotados de uma pequena botoeira dupla abre-válvula dividida por um "fole". De fato não parece que possa receber a paternidade da harmônica tanto o órgão portátil a mão <> construído na Norimberga por G. Voll no século XVI quanto à <>, uma "Eolina" à boca (sopro) realizada em Trossingen por C. Messner em 1830.A "Concertina" de Wheatstone e o "Acordeon" de Demian atraíram logo a curiosidade e o interesse popular, mas, especialmente, o interesse daqueles preciosos e estranhos tipos de homens que não se sabe como definir (...) por isso entende-se que os dois instrumentos, com certeza chegados nas mãos desses tipos de homens, foram objeto de misteriosas manipulações e daí a raiz de varias versões: em 1837 Mathieu Isoard elimina as terceiras e as quintas que acompanhavam cada voz; em 1840 aparecem os primeiros organettos rudimentares na Rússia; em 1850 Bonacina constrói o <>. Mas o mais importante remanejamento deveria acontecer na Itália mesmo por uma daquelas casualidades que produzem, quando dão certo, verdadeiros milagres. Em 1863 um peregrino austríaco com um misterioso <>, na volta de Loreto, parou no casebre de um camponês de Castelfidardo, Paolo Soprani um genial reparador e experiente em sons, parece que tanto insistiu (mas as versões não concordam, alguém fala de "espionagem musical" e outros de furto) que convenceu o hóspede austríaco a deixar-lhe de presente o objeto misterioso. E assim, o milagre que o bom peregrino tinha ido procurar talvez em vão no famoso Santuário de Loreto, realize-se numa simples casa de campo de Castelfidardo: Soprani abre a caixa, estuda os mecanismos, e os modifica, as dimensões, as vozes e copia (produz), totalmente reconstruído, o verdadeiro ascendente da harmônica italiana.Constrói, melhorando-as, uma depois da outra, chamando até outras pessoas para ajudá-lo para satisfazer os pedidos que se multiplicavam, iniciando assim uma indústria que depois se propaga na região e no País. Enquanto para o nascimento e o desenvolvimento das fábricas mais importantes de Castelfidardo, (...) lembre-se que em 1865 Cesare Pancotti abre a Segunda firma italiana em Macerata; em 1871 é Socin Fedele que em Bolzano começa a construção dos "Acordeões Tiroleses" . Depois em 1875 Luigi e Giorgio Savoia abrem um laboratório em San Giovanni em Croce. Consequentemente um ano depois Mariano Dallapé funda o primeiro centro de produção em Stradella. Em 1880 abrem dois laboratórios, um em Genova de Giuseppe De Bernardi e um em Diano de Marina de G. Tomati. Em 1886 em Recanati começa a construção do acordeon Giovanni Chiusaroli, em 1887 Luigi Pistelli em Poggio S. Vittorino naquele de Teramo, em 1889 Giuseppe Francesco Janni em Giulianova.
Desde 1890 difundem-se sempre mais os centros de produção de harmônicas com as aberturas de novas firmas: Antonio Ranco em Vercelli, Rosário Spadaro em Catania, Francesco Massobrio em Castellazzo Bormida, Ercole Maga em Stradella, Ângelo Parmelli em Cremona, Salas agora em Stradella, os irmãos Scandalli em Camerano, Egidio Galvan em Borgo Val Sugana, Giovanni Rossovich em Trieste, Branz em Trento, no exterior Hohner em Trossingen, depois Cavagnolo e Oppezzo em Vercelli, Silvio Soprani em Recanati, Piermaria em Macerata, a Cooperativa Armoniche em Vercelli.Estamos no ano de 1921: as fábricas multiplicam-se. Certeza é que o exterior não permanece olhando aquela especial sorte de nossa casa. Mas pode-se afirmar que a <<>> (nota) italiana era e ainda hoje é inconfundível e superior, e que os experientes técnicos foram sempre tais que honraram altamente a riqueza de gênio dos nossos mestres artesões, criados através provas e pesquisas sobre os mecanismos, através de complicados fenômenos da física dos sons, através do timbre e acústica, aperfeiçoando um estilo invejado no exterior e imitado inutilmente, passado rigorosamente de pai para filho e que infelizmente está diminuindo ou até desaparecendo nestas ultimas gerações.Do sistema diatônico à aquele normal com sons baixos e acordes mecanicamente combinados; da dupla teclado (botoneira) "cromática" a botoeira combinada com teclado parecido com o do piano; do sistema com baixo-acorde ligados para o sistema com baixos soltos que permite a botoneira reproduzir sons reais em continuidade do teclado, com uma gama muito ampla; do auxilio dos registros para a diversificação, até a propagação eletrônica, a harmônica italiana sempre teve sua indiscutível personalidade.E sempre, a dizer a verdade, a indústria da harmônica operou como mestre! Certeza é, que quando as épocas se tornaram difíceis por inversões de tendências e hábitos, e as encomendas às empresas começaram a diminuir, não igualmente mestre foi a política econômica e cultural italiana para o suporte à indústria, diferente de quando acontecia no exterior onde foi criado para o instrumento uma progressiva e atenta consideração. Chegou-se ao ponto, que o maior paiz produtor de harmônicas, as importasse do exterior: chegam até da China, de qualidade não certa, mas com preços bem baixos. Um perigo, este, de não subestimar. Aqui precisaria começar uma conversa sobre a necessidade de construir também na Itália, além dos instrumentos de altíssimo profissionalismo, que custam vários milhões (de Liras), também harmônicas baratas, feitas para jovens que querem se aproximar pela primeira vez do instrumento e começar o estudo. A reforma da escola de primeiro grau introduziu educação ao som e a música também nas escolas primárias: seria uma ocasião que não poderia ser desperdiçada.Para resolver este perigo, alguns pensaram em produzir um instrumento de baixo custo, em condição de poder ser comprado pelos jovens. Naturalmente nos outros países aproveitou-se do calo da produção italiana e procurou-se afirmar ao nível de massa o instrumento através sua introdução em todas as escolas, revisando a didática e aproximando-a a dos outros instrumentos. Esse foi o caminho certo para introduzir verdadeiros mestres nos conservatórios e institutos musicais do Estado, para uma escola (graduada) superior e severa que terminava depois de muitos anos com um diploma e uma previsível e feliz carreira do aluno.Enquanto a nossa indústria italiana esmorecia. Apesar disso, nunca na história dos instrumentos musicais notou-se um sucesso igual como aquele que a harmônica teve, um instrumento que se encontra e toca-se em qualquer latitude, cuja difusão envolveu a cultura musical do mundo inteiro. A razão do sucesso deste instrumento? Densidade, compacidade, versatilidade, maneabilidade, brilhantismo fônico e uma misteriosa ilimitação interpretativa. O inesquecível Fancelli afirmava que o artista <<>>. Na Itália o fenômeno da difusão, contrariamente a quanto se possa acreditar, não teve um vasto mercado interno, nem nas épocas melhores.
O nosso mercado foi mais de exportação, com um declínio progressivo tal que, das 250 mil harmônicas exportadas em 1951, estamos as poucas milhares de hoje. No exterior surgiram fábricas na Alemanha, na Checoslováquia, na Rússia. Produzem-se harmônicas até na China, na Corrêa e no Brasil, e nós parecemos destinados ao autolesionismo. Isso também vale para os outros instrumentos. Por exemplo, o piano, como a harmônica, é uma outra criatura italianíssima, apesar de nos importarmos por bilhões em divisas e as nossas fábricas são muito poucas, enquanto no exterior proliferam aos milhares. E mesmo o alaúde é um dos nossos marcos milenares da instrumentística; lembre-se da celebre escola de Cremona, infelizmente também neste campo deixamos espaço à iniciativa estrangeira. As políticas econômicas e culturais "da elite" dos dois últimos séculos não consentiram de suportar, numa Itália pobre e dividida, a invenção e a sorte nacional de alguns instrumentos. Foi perdida assim a ocasião de sustentar a harmônica nascida junto com a Pátria.De fato, até o começo da última guerra, poucos se aventuraram além dos limites dançáveis impostos pelo instrumento, para descobrir o que um famoso estudioso checo definiu <<>>. Também precisa lembrar, positivamente, a útil ajuda fornecida do encontro com o jazz original que viu empenhados, depois da guerra, ilustres solistas de harmônica e muitos nomes ilustres de diretores de orquestras radiofônicas. Conforme crescia o encontro, às vezes casual às vezes combinado, mas de qualquer jeito sempre muito importante, da harmônica com mestres de música e diretores de orquestra multidiplomados nas várias disciplinas do conservatório. Destes encontros, nasciam outros encontros com artistas valentíssimos que iam aumentando, especialmente na Itália, com execução de repertórios de música clássica. Resultado: antes uma benévola atenção para o instrumento, depois uma grande consideração.Eis então - nos anos '80 - qualificados diretores e docentes de conservatório e famosos músicos como, por exemplo, Giorgio Cambissa, diretor do conservatório S. Cecília de Roma, Felice Fugazza, docente no conservatório de Bologna e apreciado compositor de músicas com harmônica, Ernesto Gordini, diretor do conservatório de Sassari e diretor de orquestra, Giacomo Bellucci, diretor do conservatório de Campobasso, Paolo Renosto notório compositor, Michele Marvulli, diretor do conservatório de Pesaro e muitos outros, inclusive o famoso estudioso e musicólogo Riccardo Allorto, senta-se à mesa de comissões nos concursos de harmônica nacionais e internacionais, contribuindo notavelmente à elevação do instrumento tanto do ponto concertistico quanto da metódica e didática em geral. Este envolvimento do mundo oficial da música teve efeitos extraordinários. O ensino particular teve que se adequar a um estudo mais sério da música e do instrumento, centralizando a parte visível da sua ilimitada profundidade de campo e as suas relações metódicas com dois "reais" parentes: o órgão e o piano.E porque o instrumento se prestava a satisfazer sempre novas exigências e varias reproduções da literatura cembalistica, organistica e às vezes pianistica, ele tornou-se objeto de novos endereços didáticos que deram o início a várias visões prospécticas e futurísticas, maturando então preciosos convencionamentos. Tornava-se essa literatura parte programática dos mais qualificados concursos de harmônica e também base indispensável para a formação cultural e instrumental de um bom executor, foi inevitável abranger o campo da <<>> e da <<>> para o instrumento, não só para melhorar o aspecto polifônico da mão direita, mas para conquistar a polifonia também da mão esquerda. Impôs-se então, é o caso de repeti-lo, a necessidade de Ter <<>> a mão esquerda, em alternativa à aqueles mecanicamente combinados, houve assim o advento dos <<>> alternados com aqueles combinados. A metódica foi bastante influenciada e não sem polêmica, mesmo nunca negativa. Precisa-se relevar, por outro lado, que experiências estrangeiras, fruto da conquistada oficialidade dos estudos da harmônica naqueles paises, apresentam aspectos metódicos não menos interessantes daqueles literários, que, mesmo ainda por avaliar na globalidade deles, poderiam influir bastante na nossa cultura específica e na evolução construtiva da harmônica.Aqui também, mais um pesar para o tempo perdido. A didática italiana, mesmo particular (exceto os cursos já abertos nos conservatórios de Pesaro, Firenze, Bari, Fermo, Castelfranco Veneto, e aquele na escola média "Soprani" de Castelfidardo) e experimental, atualmente é de qualquer modo evoluído e eficaz. Não é casual que nas poucas sobreviventes escolas italianas chegam agradáveis (lisonjeiros) convites e respeitáveis delegações para úteis trocas de experiências ou, até alunos que se exibem nas máximas competições. Perante estas realidades artísticas, perante as justas instâncias da harmônica não se pode mais hesitar sobre uma mais ampla introdução nas escolas do Estado, tendo essa, a nível artístico, desmedidamente ultrapassado os limites de um privativo que, mesmo para ser tal e para as deserções obrigadas, dificilmente poderá sobreviver e oferecer melhores resultados. A entrada merecida na maioria das escolas do Estado representaria para harmônica um sopro vivificante capaz de acender novamente a chama do gênio construtivo e evitar o apagar-se de infinitas experiências artesanais que maravilharam o mundo.

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